A IMPORTÂNCIA DOS AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS

Certamente você já ouviu falar que é muito benéfico comer um prato de lentilha com arroz ou que a quinoa é um superalimento... Bom, isso tem base científica e está relacionado às proteínas e sua composição.

Como você provavelmente já sabe, as proteínas são um dos macronutrientes presentes nos alimentos junto com os carboidratos e as gorduras. Estes realizam muitas funções em nosso corpo, incluindo fornecimento de energia, transporte, regulação e mediação (neurotransmissores e hormônios), estrutural (nas membranas celulares), formação de enzimas, defesa (anticorpos e fibrinogênio), etc. No entanto, os animais não possuem reservas proteicas específicas (embora em situações adversas possam ser utilizadas como substrato energético de reserva), pelo que devemos manter um equilíbrio entre contribuição e eliminação para podermos cobrir todas as funções (equilíbrio metabólico dinâmico).

Ilustração 1. Adaptado da FAO. (2007). Guia para avaliação da qualidade e segurança alimentar. Disponível em: https://www.fao.org/ag/humannutrition/35978-02317b979a686a57aa4593304ffc17f06.pdf

Agora vamos focar... O que isso tem a ver com aminoácidos? As proteínas são constituídas por aminoácidos e a sua diversidade baseia-se, em parte, na combinação dos 20 aminoácidos existentes que se parecem com isto:

Ilustração 2. Elaboração própria

Uma boa analogia é que os aminoácidos são as pérolas que compõem um colar, que seria o peptídeo ou proteína.

Os aminoácidos podem ser classificados de acordo com diferentes critérios, mas na nutrição são classificados como aminoácidos essenciais e não essenciais. Os essenciais (9) são aqueles que devemos fornecer através da alimentação porque não possuímos mecanismos metabólicos que os produzam.

Ilustração 3. Adaptado de Healthline. Aminoácidos essenciais: definição, benefícios e fontes alimentares. Disponível em: https://www.healthline.com/nutrition/essential-amino-acids.

Portanto... Como podemos fornecer-lhes a dieta?

Na verdade, podemos fornecer proteínas através de inúmeros alimentos, mas nem todas as proteínas que eles contêm são igualmente completas e isso depende se contêm ou não todos os aminoácidos essenciais. O ovo, por exemplo, é um dos alimentos que contém proteínas completas, porém, alimentos como cereais ou leguminosas contêm proteínas incompletas porque carecem de alguns desses aminoácidos essenciais (aminoácidos limitantes). Agora, nossa alimentação diária não se baseia no consumo de alimentos isolados, então normalmente ocorre a suplementação proteica, que é a combinação de alimentos que contém proteínas com diferentes aminoácidos limitantes, por exemplo, leguminosas (limitantes em metionina) com cereais (limitantes em lisina) , de forma que ingerimos todos os aminoácidos essenciais.

Claro, não esqueçamos que uma proteína completa não é a mesma coisa que uma proteína de alto valor biológico ou de alta qualidade, porque, embora a presença de todos os aminoácidos essenciais seja um parâmetro a ter em conta, outros como a digestibilidade, a retenção de azoto ou eficiência proteica.

Concluindo, o mais simples é proporcionar-lhes uma alimentação variada, pois alimentos como laticínios, carnes magras, peixes e ovos contêm todos os aminoácidos essenciais. Também podemos combinar diferentes fontes de proteínas vegetais como leguminosas, cereais com grãos integrais, nozes e sementes, conseguindo uma complementação proteica.

Escrito por Maria Caballero

Farmacêutico